José Constantino Alves nasceu no Recife, no coração do bairro de Casa Amarela, em 3 de julho de 1945. Filho de Maria José Primo Alves e Sebastião Monteiro Alves, ele trouxe a música no sangue desde criancinha. Quem o conhecia na infância já percebia: ali havia um talento especial.
Em 1952 começou os estudos no Grupo Escolar Ageu Magalhães. Depois, entre 1957 e 1962, passou pela Escola Industrial Agamenon Magalhães, onde teve os primeiros contatos mais sérios com teoria musical, guiado pelos irmãos José e Joaquim Gonçalves de Lima.
Teve até a chance de fazer curso de música no período da noite, mas a mãe, preocupada com a distância e com a pouca idade do filho, não deixou. Mesmo assim, ninguém segurava o dom de José Constantino. A música já era parte dele, e seria para sempre.
Em 1964 serviu o Exército Brasileiro e tentou realizar um grande sonho: entrar na Banda do 14º Regimento de Infantaria. Não deu certo — faltava o estudo formal —, mas ele nunca desistiu da paixão.
Em 1979, incentivado pelos amigos, compôs seu primeiro frevo-de-rua: O Direito de Frevar. No ano seguinte, já subiu ao pódio do festival Frevança, ficando em terceiro lugar com Pra Você, Fabinho.
A partir daí vieram muitas outras composições, festivais e premiações. O grande momento chegou em 1995, quando conquistou o primeiro lugar de melhor frevo-de-rua com Alzira — uma linda homenagem à tia Alzira, líder histórica da Troça Mista Abanadores do Arruda. O arranjo foi do saudoso maestro Lourival Oliveira.
Folião de corpo e alma, José Constantino é presença certa nos desfiles das agremiações, troças e clubes tradicionais do carnaval recifante. Desde 1984 faz parte da diretoria dos Abanadores do Arruda, ajudando com todo amor a manter viva essa tradição.
Ele também é um dos fundadores do CEMCAPE (Centro da Música Carnavalesca de Pernambuco), onde hoje é tesoureiro, trabalhando incansavelmente pela memória e pelo futuro do nosso frevo e das nossas manifestações carnavalescas.
Além de compositor e carnavalesco, José Constantino é comerciante. Desde 1988 comanda o famoso Box Frevolândia, no Mercado de São José. Lá, entre CDs, camisas, adereços e muita conversa boa, ele mantém acesa todos os dias a chama do frevo e o orgulho de ser pernambucano.
José Constantino Alves é daqueles que não só fazem o carnaval: ele é o próprio carnaval do Recife, com música na veia e alegria no coração.
COMPOSIÇÕES
• Alzira (1995 – 1º lugar como melhor frevo de rua – homenagem à tia Alzira, eterna
prelada dos Abanadores do Arruda)
• Abanadores do meu coração
• Agora ou nunca
• Caixa preta
• Chambaril
• Dennys, o travesso
• Desatando o nó
• Esse menino vai longe
• Estrela da tarde
• Folião ausente
• Fumaçando
• Gabriel e Gerluce
• Izaldo Silva
• Mil e oitenta
• Nó cego
• Obrigado Lêda Alves
• Peixe frito
• Peixe de coco
• Ponto de vista
• Pra você, Fabinho (3º lugar no Festival Frevança)
• Presidente Rubens
• Recordações de Maria Primo
• Respeite abano
• Senti firmeza
• Tamanduá
• Tirinete na Pitombeira
• Vira-lata
• O Direito de Frevar (1979 – sua primeira composição)
FREVO EM HOMENAGEM
• Vou com Constantino – Frevo composto por Hugo Martins.
HOMENAGENS EMÉRITAS
• 2024 – Título de Notório Saber em Cultura Popular
Texto
Mahavidya